[Tutorial] Divindades & Dragões

As lendas e histórias que envolvem o passado e a criação de Gaia são mais antigas que o próprio tempo. Durante gerações, fatos e mentiras foram contados e repassados, muita vezes modificados através do processo de recriação oral. O fato é que todos em Gaia, apesar de suas diferentes idéias e comportamentos, crêem em um mesmo panteão, e depositam sua fé nos seus deuses. Todos os reinos e regiões de Gaia compartilham de crenças similares, com pequenas discrepâncias referentes à origem, imagem e simbologia das divindades. Além disso, muitas regiões são devotas à um ou dois deuses em especial, e recorrem à estes em períodos de dificuldade. Ativos e etéreos, tais divindades provam de seu poder quando são postos à prova e, mesmo que nunca se mostrem aos terrenos, sempre fazem demonstrações de sua força quando recebem orações e pedidos de uma de suas criações.

O panteão de Gaia é composto por 7 divindades, todas habitantes de Othrem, o Reino dos Céus. Cada Deus é portador de poderes únicos de magnitude inestimável, mas todos compartilham da mesma fonte de poder: o Éter, a substância que constitui tudo o que vive e sente. Tal substância imaterial permite aos deuses moldar a vida e dar às suas criações o dom da parcialidade, da decisão, da sensação, da ciência, da consciência, da escolha e da liberdade. É por meio do éter, também, que são criados os elementos e as energias espirituais da alma, aura, do ki e de muitas outras essências.

Os terrenos, por possuírem apenas cinco sentidos, não são capazes de identificar o éter. Magos e feiticeiros apenas possuem o dom de usar o éter que há em seus corpos para conjurar magias, e apenas o conseguem fazer ao apelar para o poder de divindades específicas. Apenas os mais desenvolvidos, em maioria clérigos muito bem treinados, que conseguem desenvolver o sexto sentido e recebem o dom de ler a presença etérea em um ser, analisando sua força, energia e poder. O sétimo e último sentido, todavia, é o que diferencia deuses de terrenos, e é o sentido que permite o poder da criação.

Usando de sua força etérea, os deuses decidiram presentear o mundo com Dragões. Os deuses mais jovens criaram dois dragões cada, enquanto as gerações mais antigas foram responsáveis por dar vida à um dragão cada. No fim, haviam 11 dragões, e 10 destes foram à terra para repousar em suas moradas escondidas pela névoa até que bravos guerreiros fossem capazes de encontrá-los e domá-los.

Othrem e o Panteão Gaio são resumidos nos seguintes deuses.




Mestre dos Mestres, Eredin é caracterizado como o mais velho, imponente e poderoso dos deuses. Seu elemento é o Éter, e é com a manipulação dessa energia que Eredin regula a vida, o tempo e o espaço. Pouco é visto até mesmo entre as divindades, e quase nunca responde as orações humanas. Suas respostas, todavia, quando acontecem, são históricas e épicas. Ao contrário dos outros deuses, não usa armaduras, armas ou jóias. Veste-se com simplicidade, e sua aura é a única responsável por causar o impacto de sua presença. Sua fisionomia é aparentemente frágil e idosa, mas o ancião divino costuma apresentar vigor quando é necessário. Os cabelos são curtos, assim como a barba, ambos brancos. Também conhecido como Pai, ele foi o progenitor de Elohra e Akaael, criando-os de éter e dando-lhes seus poderes. Criou um dragão para si, mas nunca chegou a pô-lo no mundo. Apenas deixou-o descansar em Othrem, esperando o dia em que um poderoso domador pudesse dominar os dragões de seus filhos.




Senhora da luz e da paz, Elohra sempre é representada vestida em ouro. Seus cabelos dourados são longos e caem-lhe sobre as costas até abaixo da cintura, e sempre estão trançados. Costuma usar jóias e pedras preciosas, mas jamais é caracterizada utilizando armas ou armaduras. Costuma estar de bom humor e representa o dia e a ordem. Junto à Akaael, forma o Equilíbrio, e dessa união foram gerados os quatro Deuses Jovens. Seu aliado terreno é o Dragão da Luz, guardião do dia e da paz.




A noite, as trevas e o caos são seus aliados. Filho mais velho de Eredin, Akaael sempre é representado vestido em roupas escuras, geralmente negras como seus cabelos. Veste um elmo e uma lança, e é associado ao medo, à morte e à justiça ou vingança, e por isso somente recebe orações daqueles de alma perturbada. Alguns dizem que Akaael nunca sorriu ou amou, enquanto outros afirmam que o seu único e verdadeiro amor foi e é Elohra. Com ela, forma o Equilíbrio, e foi essa união que gerou os quatro Deuses Jovens. Como aliado, Akaael exibe o Dragão das Trevas, que guarda a noite.




Afirmada ser a mais velha dos filhos de Elohra e Akaael, a deusa da Terra foi responsável por criar as primeiras formas de vida. A natureza inteira foi formada por ela e seus poderes de criação singulares, e por isso ela é considerada uma das deusas mais fortes. Todos os seres naturais oram à ela, e depositam nela sua fé. Em troca, ela oferece sua proteção à natureza quando pode. Costuma ser representada em cabelos morenos compridos e trançados em galhos, olhos verdes e lábios vermelhos. Também é caracterizada como deusa da beleza, fertilidade e perfeição, e por isso é uma das mais belas divindades. As estações, animais e florestas são seus protegidos e, para manter tal proteção, ela criou o Dragão da Terra e o Dragão da Floresta.




Mestre dos ventos, das tempestades e dos raios, Gorathon é comumente chamado de Mensageiro. Protetor de wäzurys e turyans, muita vezes é dito como criador destes. Gorathon é o responsável por regular o clima, e por isso age juntamente com Finélia para administrar as estações e com Síphila para ajustar as chuvas. Sua arma preferida são os raios, e através deles ele consegue ajudar os homens de diversas formas. Quando uma tempestade surge, todos oram para que Gorathon seja piedoso, mas o grande Deus apenas o é para com almas boas. No mar, lar de Síphila, Gorathon também é invocado para guiar as embarcações movidas à vela e controlar as temíveis tempestades marinhas. Criou dois guardiões de seus elementos, o Dragão do Vento e o Dragão do Raio.




Mãe dos rios e dos oceanos, a Deusa da Água geralmente é caracterizada como uma sereia. Seus olhos são azuis como o mais profundo oceano, e seus cabelos são ruivos como os do irmão Borodin. Síphila não aprecia sair das águas, e por isso passa a maior parte de seus dias dentro dos rios e lagos que enchem Othrem de beleza. Quando é requisitada em terra, porém, usa de seus poderes para criar pernas e caminhar. Não é uma apreciadora de guerra, mas quando é invocada costuma lançar suas ondas colossais de encontro àqueles que não respeitam os mares. Para salvaguardar suas puras e preciosas criações, gerou o Dragão da Água e o Dragão do Gelo.




O mais novo entre todos os deuses é também um dos mais poderosos. Mestre do fogo, da metalurgia, da guerra e da coragem, Borodin é descrito como forte, jovial e vigoroso. Cicatrizes de batalhas povoam seu tronco que geralmente é exibido sem nenhuma roupa, e os braços fortes são fruto do manejo de armas e de soldas. Têm habilidades físicas impressionantes e por isso é guardião daqueles que guerreiam. Em tempos de guerra, é o que mais recebe orações, e por isso costuma favorecer apenas os merecedores, aqueles que provam sua coragem e determinação através de seus atos. Alguns dizem Borodin, como outras divindades de Gaia, costuma ter semi-deuses, e que são esses bastardos os maiores guerreiros, arqueiros, bárbaros da história. Para preservar seus elementos, Borodin criou o Dragão do Fogo e o Dragão de Magma.