[FP] Diggory, Agatha

nome . Agatha Bells Digorry.
apelidos . Não tem apelidos.
photoplayer . Michelle Trachtenberg.
raça . Wäzurys.
classe . Ladino.
item mágico . --

Agatha possui a pele extremamente branca, o que contrasta sempre com seus cabelos cor de chocolate. Os olhos são tão azuis quando o céu, porém são muito traçoeiros, os lábios carnudos emolduram sempre um sorriso traiçoeiro e sapeca, enquanto corre pelos mercados, marcando sempre suas curvas bem distribuídas pelos vestidos e espartilhos.

Agatha é uma garota muito otimista, é sempre divertida e alto astral e leva a vida com leveza e bom humor. Suas atividades não muito lícitas não são sinônimos de uma vida sem moral, ou princípios. Agatha é justa, sensata, porém não é muito imparcial. Se mete em muitas brigas e confusões pelo fato de que tem o terrível costume de pegar para si problemas de amigos próximos, que são para a ela a família que ela nunca teve. É uma garota diferente das outras, muito em parte porque a vida a obrigou a ser assim, mas seu maior desejo é viver uma grande aventura.

Se você já esteve no mercado em Mohag, você já ouviu falar de mim. Provavelmente coisas não muito boas, e quero deixar bem claro que todas essas histórias que contam sobre mim são mentiras. Bom... Quase todas.
A verdade é que.. Nem eu sei muito bem a minha história. Quando eu tinha quatro anos, fui achada vagando no mercado. Era um verão quente, e as pessoas andavam debilmente pelas quitandas de frutas, mal percebendo uma criança pequena entre a mesa de laranja e as de mamão. E por mais que eu tente, não consigo lembrar da minha mãe, ou do meu pai.. Se eu tinha irmãos.. e uma casa. Óbvio que eu tenho uma mãe e um pai, mas desde aquele dia de verão no mercado, é como se eu não tivesse.
Uma senhora, chamada Moira Diggory, que era comerciante de panelas de bronze do mercado, me achou e me levou para sua casa, me deu banho e me vestiu como se eu fosse sua filha. Moira teve uma filha uma vez, a pequena Clare havia morrido com sete anos, vitima de uma febre extremamente alta, e como Moira não tinha dinheiro para comprar poções, contatos ou relações que pudessem ter salvo a menina, Clare faleceu em seus braços.
Não era uma lembrança muito feliz, mas a partir do dia em que Moira decidiu me criar como sua, nós nos tornamos a família uma da outra. Mesmo sem saber das minhas raízes, eu me considero uma garota de sorte. Eu podia ter lembranças tristes como a de Moira, meus pais podiam ter me abandonado voluntariamente, de forma que a incerteza de não saber ao certo o que aconteceu comigo, de alguma forma me consola.
Moira tentou me dar uma boa educação, mas a nossa situação não era muito boa. Dependíamos dos lucros das vendas das panelas, ( que não era muito grande ) e eu passava grande parte do meu tempo com ela, ajudando-a a vender os objetos de bronze, olhando a mercadoria, mas nem sempre era o suficiente.
A situação piorou quando Moira ficou doente. Eu tinha quatorze anos, e ninguém além de mim, ligava para uma velha senhora doente, sem marido, sem filhos, sem bens ou posses, e se eu não fizesse algo Moira iria morrer em meus braços assim como Clare havia morrido nos dela.
Não digo que me orgulho do que fiz, mas de maneira alguma me arrependo. Era de tarde, o dia passava tão devagar quanto nunca. O céu estava nublado e o vento gelado soprava do norte com força, fazendo com que todos usassem roupas mais pesadas. Eu conhecia a todos do mercado. Fora criada ali, no meio dos comerciantes e era difícil andar sem ser abordada por um ou outro vendedor que perguntava sobre a saúde de minha mãe, mesmo que os pobres pouco podiam fazer para ajuda-la.
Segui até a parte final do mercado, aonde um senhor de idade vendia poções de cura, mas que raramente as pessoas de Mohag podiam comprar. O lugar era de fato pouco movimentado o que dificultava ainda mais os meus planos. Fiquei alguns minutos olhando o mostruário, como uma cliente faria, mesmo que o meu perfil não fosse de cliente de forma alguma. Demorei algum tempo até tomar coragem, antes de sorrateiramente passar a mão em alguns frascos, quando eu achei que não tivesse ninguém olhando.
Sai da loja as pressas, torcendo para que algum deles fosse o que mamãe precisava, e então segui para casa, agitada, sentindo a adrenalina em minhas veias me deixando quase tonta. Quando cheguei em casa, li no vidrinho o nome das poções e os ingredientes que a compunham, e achei um que resolveria o problema, mesmo que não fosse exatamente o que Moira precisava.
Misturei o liquido na sopa na mesma noite, mas não foi o suficiente. Moira morreu naquela madrugada, deixando a pequena casa em Mohag para mim, assim como o resto das panelas de bronze que vendíamos. Era tudo o que ela tinha, e agora era tudo o que eu tinha.
Ao contrario do que muitos possam pensar, eu não me revoltei com a situação. As pessoas morriam, tem sido assim desde os começos dos tempos, e vai continuar assim até Eredin decidir mudar. Eu apenas fiquei contente por ter tido a oportunidade de viver ao lado de Moira enquanto o tempo permitiu, e uma sensação estranha de que a saudades que eu sentia dela, que era tão grande que mal cabia no peito, iria durar por muito, mas muito tempo.
Eu tentei racionar a renda das panelas para manter a casa, me manter e manter também uma velha cabra que tínhamos, que as vezes era a única coisa que me impedia de morrer de fome. Mas infelizmente as panelas de bronze não duraram para sempre, e no fim a escolha que eu tomei era apenas inevitável.
Eu passei a roubar... No inicio apenas produtos de primeira necessidade e em pouca quantidade. Laranjas, limões, maçãs, algumas galinhas dos vizinhos, tudo para não chamar a atenção, e assim sobrevivi durante minha adolescência. Me juntei a um grupo de crianças, e até alguns adolescentes mais velhos que eu, que passavam pela mesma situação. Nos ajudávamos, repartíamos os lucros, mas quando crescíamos era cada um por si.
Passei a roubar algumas carteiras, e produtos para vender na parte mais escura do mercado, mas evitava tais ações por não acha-las a coisa certa a se fazer. Hoje com vinte anos, eu sei que a vida que eu levo não é algo que de para voltar atrás, e nem é uma vida de muitas oportunidades. Afinal, casamento, filhos e uma casa melhor eram desejos ambiciosos demais para uma garota como eu, e então eu me resignei a ter uma vida simples.. Não.. Simples não. Diferente.
Desde que a guerra começou, vários dos meus antigos colegas haviam conseguido fazer tratos valiosos em troca de objetos que apenas pessoas de mãos leves poderiam conseguir. Eu não sabia como, mas estava nos meus planos ser uma dessas pessoas. Não pelo dinheiro, mas pela aventura.