[RP] Diplomatic View (+18)

O dia estava parcialmente nublado, as nuvens carregadas pareciam querer trazer uma chuva forte, característica da estação, embora eu soubesse que pelo menos nas próximas horas não iria chover uma só gota eu estava ligeiramente ansiosa.
O dia estava silencioso. O que seria comum se a chuva estivesse realmente chegando. A floresta estaria quieta e espera pela água para molhar sua folhagem e terra, os animais estariam procurando abrigo e tudo estaria completamente dentro dos padrões das normalidade, e eu poderia continuar contando a história de Hecate nossa ancestral para Alissa que me ouvia atentamente.
Porém, a chuva não iria cair perto de Daggorhorn, e o silêncio na floresta me preocupava, assim como a agitação que pairava pelo ar, dando a sensação estranha de que havia algo errado. Em casos como esse, eu normalmente alertaria Aahron, sobre minha angustia e ele faria algo a respeito como sempre. Porém ele não estava aqui, assim como a guarda real, e com ele, Liam também estaria fora.
Suspirei, e então olhei para a janela, como se o horizonte fosse me dar alguma resposta, ou dica sobre o que estava acontecendo. Alissa logo chamou minha atenção, me fazendo sorrir docemente, e eu continuei a história de Hecate com tanta normalidade e ternura que quase não se dava para notar minha preocupação.
Quando Mitril, um elfo relativamente baixo entrou pela sala correndo, me contive para não levantar de pronto e perguntar o que estava havendo, já que sua expressão completamente alarmada quase berrava um anuncio de más noticias. Porém, não era bom alarmar Alissa, nem agir como uma humana afoita, afinal a pressa e decisões sem muita reflexão tendiam quase sempre ao fracasso.
Ele respirou uma ou duas vezes, enquanto Alissa olhava para o elfo divertida, achando graça do estado do serviçal. Minha reação não foi tão risonha, e com um apenas um olhar para Anya, a elfa que cuidava de Alissa que estava no canto da sala, foi o suficiente para que ela estivesse ao meu lado em segundos, distraindo a pequena da presença de Mitril e do assunto que ele trazia consigo.
- Tem.. Um homem.. no pátio.. – Balbuciou ele, sem folego. Os olhos demonstravam todo o pânico e desespero do elfo, me fazendo estremecer de leve. Me levantei sem muita pressa, caminhando até a janela que dava para o pátio, vendo o homem. Vestes negras, em cima de um cavalo marrom, que relinchava alto como se estivesse em uma guerra. E algo me dizia que aquele pobre animal já havia presenciado mais mortes do que qualquer elfo dentro de Daggorhorn.
- O que ele quer? – Minha voz fina tintilou como sinos assim que abri a boca, embora fosse notável a preocupação em cada nota daquelas palavras. Me virei levemente, olhando Alissa brincar com um pequeno cavalo de madeira, enquanto Mitril se colocava ao meu lado.
- Falar com o senhor e rei Aahron, senhora. – Ele parecia mais recomposto quando tornou a falar, mas o que ele me disse fez com que minha testa se vincasse em preocupação.
- Infelizmente o rei não está... E algo me diz que pedir para que o cavalheiro deixe um recado esteja fora de questão... – Comentei, e logo Mitril assentiu com a cabeça. – Como ele entrou, sem ser convidado?
- Ele matou os guardas no portão da cidade, e os guardas da entrada do castelo, não se sabe se ele trouxe um exercito com ele, e ... – Mitril estava a beira de entrar em pânico novamente, quando eu levantei a mão, em um gesto que o fez parar imediatamente.
- Fique de olho em Alissa. Eu estarei de volta em breve. – Disse virando as costas indo em direção a saída do comodo.
- Mas senhora.. – Ouvi o elfo protestar, mas foi preciso apenas um olhar firme e decidido para que ele ficasse completamente convencido de que eu não mudaria de ideia.
Podia até parecer um plano ruim. Um bem ruim na verdade, mas eu contava com um pouco de sorte e de alguns pontos que eu pude observar. Obviamente, ele era um homem de armas, e homens de armas esperam sempre uma reação efetiva, talvez se uma simples elfa saísse a seu encontro fosse confuso o suficiente para descobrir suas intenções.
Descia as escadas, sentindo o vento gelado em minha pele brincar com o tecido fino e branco quase transparente se agitarem enquanto eu ia ao encontro do homem no pátio. Assim que cheguei ao portal do castelo, ficando no centro do arco observei o homem silenciosamente, esperando que ele notasse minha presença.
Em movimentos calmos e devagares descia as poucas escadas que me separava do pátio, ainda em silêncio. Suspirei ao vê-lo agora ao lado do cavalo e então comecei. – Soube que o senhor gostaria de tratar assuntos com o meu irmão, o rei, mas infelizmente ele não está.. – Me interrompi dando um passo, tocando o animal que estava agitado, passando os dedos pelo rosto do cavalo, acalmando-o. – Eu mandaria algum mensageiro, mas pelo visto o senhor matou todos.. – Não era exatamente uma piada, e meu tom sério não dava margem para risos, embora eu tentasse amenizar o clima em algum grau.
Minhas mãos pousaram no pescoço do animal, e eu olhei para o homem que a pouco estava monstado nele, analisando sua beleza apesar da maldade em seus olhos, em seus cabelos escuros e em como sua pele contrastava com as vestes escuras, suspirei dando um sorriso duro ao cavalheiro. – Sou Freya, irmã e conselheira do rei, a suas ordens.

Os olhares ambiciosos que o moreno direcionava a mim não me passaram despercebidos. Obviamente, eu tinha noção que era diferente aos olhos humanos. Curvas acentuadas, feições finas e delicadas, nos assemelhando a seres místicos, atributos que contribuíam para uma vantagem sobre Gaspard.
No entanto, minha pequena vantagem havia se dissolvido no momento que as mãos dele tocaram nas minhas. O simples contato da pele quente em contraste com a minha foi o suficiente para me deixar arrepiada. E então, quando as palavras saíram da boca do rapaz, em um tom marcante eu soube que qualquer atração que eu exercia sobre ele, era proporcional a que eu sentia por ele.
Disfarcei um suspiro quando ele se curvou, em uma mesura galante, enquanto eu observava alguns criados se aproximando, provavelmente a mando de Mitril para se assegurar do meu bem estar. Mas estando tão sorridente e absorta nos charmes do rapaz assim que seus olhos voltaram a me focar.
- Dimitri deseja fazer um acordo com Fargorn. Talvez pudéssemos discutir os termos num ambiente mais... Reservado.

Estendi os dedos até tocarem no pergaminho que ele trazia consigo, segurando-os com delicadeza, enquanto ouvia as palavras dele, atenta a malicia e ao interesse que estavam disponíveis apenas nas entrelinhas. – Infelizmente, tratar o termos do acordo apenas será possível com o rei. – Disse assim que o príncipe parou de falar, cortando qualquer futuro da conversa relacionada ao tratado em minhas mãos.
Dei um passo a frente, o meu corpo sinuoso encurtando a pequena distancia com volúpia e malicia, aproximando meu corpo do moreno, percebendo o corpo maior e musculoso dele emoldurar o meu com facilidade. – No entanto.. O senhor teve uma longa viajem, e precisa descansar em um lugar mais.. – Sorri delicadamente, fazendo minha voz soar como sinos novamente. – apropriado.
Sorri novamente virando o corpo, fitando um elfo que estava atrás de nós, a espreita. – Argos, traga e alimente o cavalo deste cavalheiro. – As palavras eram doces, mas ainda sim firmes o suficientes para serem entendidas como ordens. – Ele será nosso convidado. – Sorri para Gaspard e então passei a subir as escadas devagar, conduzindo-o até o quarto de hóspedes.

Quando Gaspard se pos a me seguir para dentro do castelo, tive que reprimir um suspiro de alivio, apenas para sentir a tensão invadir meu ser novamente. Eu sabia que Aahron estava muito pouco inclinado a aceitar qualquer acordo com Gehenna, sua fidelidade ao rei James não permitiria tal ato.
No entanto, expulsar o homem que em poucos minutos havia matado os guardas da cidade e do castelo não parecia uma ideia muito promissora. Colocaria em risco a vida de mais pessoas, e nada o impediria de voltar com um exercito ainda maior. Não, era melhor que ele ficasse dentro do castelo, aonde eu pudesse analisa-lo de perto. E minha parte menos nobre se prontificou em manter uma vigilância atenta até demais no moreno.
Meu plano, no entanto, tinha falhas. Coloca-lo sob o mesmo teto que minha sobrinha era algo que fazia os pelos do meu braço se eriçarem de medo. Por isso, o quarto de hospedes era a melhor opção. Embora afastado do resto do castelo ( e de Alissa ), o limite geográfico do quarto não era o suficiente para me acalmar. Eu tinha que me certificar de que ele não iria tentar uma carnificina, ou nem bisbilhotar pelo castelo.
Com isso em mente, minha mão se estendeu mostrando o quarto a onde o príncipe ficaria. A decoração do quarto era neutra, e apesar de fina e de qualidade não era a mais impressionante do castelo. Gaspard, porém, não perdeu a chance de emendar um gracejo ambíguo sobre a perfeição dos elfos, o que me arrancou um sorriso abafado.
- Sim.. Nós elfos tentamos ser muito bons em tudo o que fazemos. – Respondi no mesmo tom de voz, provocativa e maliciosa enquanto nós dois fingíamos que a arquitetura élfica era o assunto.
Minha pele, e em seguida todos os sentidos ficaram em alerta quando as mãos quentes dele voltaram ao meu corpo, acariciando minha bochecha com os polegares, fazendo meu coração se apertar e em seguida bater forte, levando minha respiração a ficar descompassada.
Meus olhos foram até aos do príncipe, conectando-se a aquelas íris escuras e penetrantes que um arrepio açoitou minha coluna violentamente. Com a respiração pesada, dei um passo em direção a ele, motivada pelos meus instintos mais primitivos, colando meu corpo novamente no dele. Meu rosto se inclinou, procurando compensar a diferença de altura, me fazendo roçar os lábios no queixo do rapaz, quase que implorando por um beijo.
Minhas mãos subiram pelos braços musculosos e bem definidos dele, sem que meus olhos se afastassem do dos dele nem por um segundo sequer. Enguli em seco com aquela tensão que deixava o ar quase rarefeito, instigando os lábios nos dele.
Sim, a morte do príncipe de Gehenna estava no meu top 10 de obrigações do dia, mas isso não queria dizer que a minha primeira prioridade fosse acabar com a vida do moço. Nem a segunda, ou a terceira...

Confusão. Medo. Excitação. E muitos outros sentimentos me invadiram assim que Gaspard me jogou na parede. Nunca havia sido rejeitada, empurrada para longe. Assim que minhas costas atingiram a parede um pontada de dor passou despercebida quando eu me deva conta que minha vontade de ser possuída pelo turyan era mais forte do que eu imaginava.
Quando os olhos deles, me olhavam com lascividade quase feroz, como se eu fosse uma presa, prestes a ser devorada, mordi os lábios, apoiando meu peso na parede quando aquele olhar tirava toda a minha força. Minha perna esquerda subiu pela direita, acariciando minha panturrilha com os pés, enquanto eu esperava que Gaspard viesse ao meu encontro. Porque eu sabia que ele viria. Com aquele olhar, aquela postura felina e feroz. Eu não tinha duvida de que ele viria, e eu me permiti temer pelo meu bem estar quando o momento chegasse.
Assim que ele colou o corpo no meu, meu quadril desferiu um investida no do dele, o corpo serpenteando sinuoso pela torso e quadril do moreno, enquanto meus dedos iam parar na nuca exposta dele. Minhas unhas forçando a pele quente, enquanto meu peso era transferido para a cintura do rapaz, minha coxa sendo apalpada possessivamente pelas mãos grandes que faziam da pele da minha coxa um território só dele.
Escutei as palavras dele, fazendo eco em minha mente, demorando para fazerem sentido, principalmente quando os lábios dele sugavam os meus com tanta maestria que me deixavam sem folego. Investi novamente meu quadril no dele, roçando nos sexos com força a cada investida, incapaz de não gemer com o ato, ergui o pescoço, desvencilhando os lábios de Gaspard dos meus, enquanto eu gemia extasiada com cada sensação que ele me proporcionava.
Minha respiração estava desregular, mas isso não me impedir de selar meus lábios novamente no do príncipe, minha língua traçando linhas aonde os lábios se juntavam, antes de pedir passagem e explorar a boca dele com tanta curiosidade e excitação que eu sentia o corpo amolecer. Minhas mãos foram até as calças do príncipe, puxando-a para baixo, enquanto minha língua girava na dele de forma erótica.

Era estranho, magnético, intenso e completamente indescritível. Tudo o que eu sabia é que eu queria Gaspard. Não.. Precisava dele. Necessitava de suas mãos me apertando, me puxando, seus lábios sugando os meus, e mais tarde em meus seios, escorregando cada vez mais para baixo me fazendo perder o juízo.
Ao ver a nudez do turyan, eu tinha que dizer que meu corpo inteiro reagiu. Quente e sedento. Quando meus olhos se fixavam em cada centímetro de pele exposta que estava na minha frente. Quando os lábios dele começaram a beijar minha pele. Meus seios, meu umbigo, eu soltei uma arfada pesada e extasiada, minhas mãos indo até o ombro do moreno a fim de conseguir equilíbrio.
Seus lábios e língua foram o suficiente para que o quarto sumisse em um passe de mágica, e me carregasse para outra dimensão. Rebolei levemente, sentindo os lábios dele em minha virilha, suspirando e gemendo em resposta.
O ritmo era tão delicioso e intenso que meu corpo em segundos chegou a uma conclusão. Precisava de mais. Escorreguei o corpo para baixo, ficando de frente para Gaspard, as mãos indo até o pescoço dele, o trazendo até os meus lábios, enquanto, eu sentava no chão, abrindo as pernas levemente, guiando-o com as mãos, até que ele ficasse entra as minhas pernas.
Não me importava que estivéssemos no chão, tudo o que eu queria era senti-lo dentro de mim, e esse desejo só crescia de forma exponencial. Minhas mãos escorregaram do pescoço dele, indo até a ereção, estimulando-os com os dedos de forma firme e intensa, enquanto meus olhos se abriam levemente, observando a reação de Gaspard.

Meu corpo inteiro convulsionou quando os dedos dele tocaram minha parte sensível. Suspirei forte, piscando várias vezes tentado recobrar alguma sanidade. Sem sucesso. Felizmente aquela tortura não durou muito, e logo senti minha cabeça batendo no chão, meu corpo sendo deitado enquanto Gaspard se posicionava em cima de mim.
Fechei os olhos, aproveitando a sensação de pele com pele, sentindo o corpo dele pesando sobre o meu, enquanto seus lábios me excitavam por roçarem em meu maxilar e pescoço, me arrancando suspiros intercalados. Subi a perna esquerda até a cintura dele, passando-a pelas costas do príncipe, aproximando ainda mais nossos quadris, me arrancando uma arfada pesada.
Arqueei o corpo, fazendo com que meus seios roçassem ainda mais no peitoral dele, assim que senti a investida forte e precisa dentro de mim. Gemi forte em resposta, mas logo senti o quadril respondendo a investida em uma espécie de rebolado, quase imperceptível.
Minhas mãos foram até a nuca do turyan, apertando-a, investindo os lábios dele em meu pescoço, enquanto meu corpo inquieto serpenteava de forma sedutora no do dele, fazendo-o sentir minha pele quente e sedenta na dele de forma intercalada.
O prazer era indescrivel, o meu corpo inteiro parecia esquentar e se agitar com todos os movimentos que juntos tornava tudo incrível. Suspirei, aumentando o ritmo das respostas em meu quadril, rebolando mais intensamente, fazendo com que aos poucos meu corpo começasse a se enrijecer, e as contrações do meu baixo ventre ficasse cada vez mais notáveis.

Eu dificilmente saberia identificar quanto tempo ficamos naquele quarto. Era incrível como eu não conseguia pensar em nada que não fosse nos dedos de Gaspard me apertando, nos meus desejos mais profundos de que ele me tomasse mais forte, mais rápido, e quase gritar de alegria quando meus desejos mudos eram atendidos. Quando eu atingia o ápice, eu tinha certeza que meu corpo iria se desintegrar, mas por alguma razão eu continuava inteira, e em poucos segundos eu estava pronta, e ainda mais sedenta por mais.
Por fim, o desejo incontrolável que tinha nos atingido diminuiu, e eu tinha certeza que as responsabilidades e motivos que haviam o trazido para Fargorn estavam voltando a mente do moreno, assim como as minhas próprias responsabilidades e medos que aquele ser, responsável pelo prazer indescritível das ultimas horas, me traziam.
Suspirei vendo Gaspard se vestir, e logo fiz o mesmo. Peguei um roupão de seda branca que ia até os pés, me vestindo com isso, enquanto eu ponderava sobre minhas próximas ações. Eu não podia mata-lo. Não que que eu não conseguisse, mas não podia devido ao fato de que a morte do príncipe de Gehenna poderia começar uma guerra, e se Dimitri queria fazer um acordo conosco, eu tinha certeza de que a ideia de um conflito já passava pela cabeça dos turyans.
Não, eu tinha que de alguma outra forma me certificar que Fargorn estivesse protegida. E por mais que as ultimas horas tivessem sido repletas de prazer e satisfação, eu não podeira manter o príncipe naquele quarto para sempre. Suspirei me virando, observando o moreno sentado na cama. Caminhei até ele, me posicionando entra as pernas dele em silêncio, me concentrando ao máximo para que a natureza ouvisse meu pedido.
Havia um motivo pelo qual o castelo era perto da floresta. Eu poderia me conectar facilmente com as plantas e flores de forma bem mais fácil quando estava mais perto delas, e o quarto de hospedes que ficava no lugar mais afastado do castelo, era também o lugar mais perto da vegetação e das arvores.
Não demorou muito, e o perfume que para mim era doce e suave invadira o quarto, se sobrepondo ao cheiro de sexo que antes preenchia o quarto. O perfume das flores, apesar de adocicado não era inofensivo. Pelo menos não para Gaspard. O efeito que a essência daquelas flores tinham era o suficiente para envenená-lo, deixa-lo consciente porém, muito, muito confuso. O que o impediria de reagir a qualquer coisa que eu fizesse a ele.
O beijei, meus lábios pressionando-se aos dele, enquanto minha língua pedia passagem, e envolvia a língua do príncipe com maestria, o distraindo enquanto o perfume enchia o quarto, e fazia o efeito desejado no turyan. Assim que a língua dele parou de reagir, e se rendeu ao efeito da essência do quarto, suspirei, e o soltei, fazendo com que seu tronco atingisse a cama com força, devido ao peso do moreno.
Olhei o corpo de Gaspard, mole e quase sem vida, enquanto os olhos do turyan ficavam confusos devido a perfume envenenado que adentrava as grandes janelas. Me levantei e então caminhei até o pequeno bau que havia na frente da cama, abrindo-o e retirando de lá um punhal e um pequeno recipiente de vidro vazio, usado para armazenar poções.
Voltei até o corpo do moreno, admirando-o enquanto eu o ladeava, me sentando ao lado dele. Passei a ponta afiada do punhal em uma linha pelo ante braço do príncipe do cotovelo até quase o pulso, fazendo o liquido vermelho saltar das veias com facilidade. – Poucas pessoas sabem, o quanto a natureza rege a nossa vida... – Divaguei, enquanto o sangue escorria para dentro do vidro, os olhos atentos enquanto o pequeno vidro ficava cheio do sangue do turyan.- Por exemplo, se a natureza não quisesse você caminhando pelas nossas terras, nem suas armas ou seus poderes poderiam detê-la... – Peguei o pequeno frasco e então o fechei, caminhei até a janela aonde uma arvore trepava pelas paredes. Me concentrei por um instante, e então a folhagem da arvore envolveu o pequeno vidro, guardando-a para mim. – E tudo o que ela precisaria, era uma gota do seu sangue.
Suspirei, me virando para o corpo do príncipe novamente, mantendo uma leve distancia. – Dessa forma toda vez que você passar por aqui, ela te reconheceria e reagiria de forma... – Penso na minha escolha de palavras. – ... Não muito amigável. – Sorrio, e então volto até o bau, tirando de lá um frasco de cor roxa, fechando-o em seguida, voltando ao corpo de Gaspard vendo que o braço do príncipe continuava sangrando. – Então eu sugiro, que o senhor vá embora. Antes que eu decida usar esse encantamento... – Derramo algumas gotas na boca do moreno, fazendo com que o efeito do envenenamento que o paralisou acabasse em segundos. – Ou que meu irmão volte de Etherya.. Caso contrario, a natureza será o menor dos seus problemas... – Aviso-o, vendo a consciência dele voltar em poucos segundos.

Mal eu tinha terminado de dar o antidoto do envenenamento, Gaspard já estava me empurrando. Na minha mente, a possibilidade de acordá-lo e manda-lo embora contava com as variáveis de que ele me matasse, afinal diplomacia não era muito o forte dele. Assim que minhas costas atingiram a parede, se chocando no ato, meu corpo se arrepiou só que dessa vez de medo.
Tentei manter meu rosto impassível enquanto ele me apertava, de forma diferente, sendo petulante e arrogante pelo fato de saber onde Aahron estava. Suspirei deixando minha raiva clara em meus olhos, não mais me derretendo quando ele me tocava. Ele se despediu com um “Até mais” insolente e eu suspirei ainda indignada e um tanto raivosa.
Quando ele foi até a janela, eu tentei seguí-lo, mas parei de correr na altura da cama, assistindo-o pular de longe. Mordi os lábios, e então joguei o corpo na cama, me sentando desajeitadamente. Respirei e inspirei algumas vezes, ouvindo o som de Gaspard nocauteando alguns dos criados dos castelo.
Balancei a cabeça negativamente, revirando os olhos. – Ele podia ter usado a porta... – Sussurrei para mim mesma, e então estalei a língua, enquanto jogava o corpo para trás, sentindo o cansaço me assolar, e logo em seguida um sono forte que me levaria facilmente para o mais pesado dos sonos.
Antes de cair no sono profundamente, flashbacks dos momentos que tivemos naquele quarto me vieram a mente, e eu sorri de canto. – Até mais Principe Gaspard. – Falei novamente para mim mesma, achando graça enquanto minha mente lentamente abandonava as memórias e caia em inconsciência.